15 de novembro de 2011

VAZAMENTO DE PETRÓLEO NA BACIA DE CAMPOS (RJ) É 10 VEZES MAIOR QUE A DIVULGADA



Na sexta-feira passada (11), postei sobre o vazamento de petróleo na Bacia de Campos Pensar e Falar...: VAZAMENTO DE PETRÓLEO NO MAR , onde questiono a competência do Sr. Carlos Minc em afirmar, através dos meios de comunicação, que esse vazamento no Campo de Frade não é grave.

Pois bem... Se ele, autoridade a frente da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA-RJ), diz algo defendendo como banal um vazamento de petróleo em águas onde ocorre tráfego intenso de Tartarugas e Baleias Jubarte (em risco de extinção) que procuram nossas águas quentes para se reproduzirem-se, então sugiro que este cidadão se retire do posto público e saia em defesa de outras causas mais interessantes à ele e ao seu amigo FHC, marchando lado a lado em busca da liberdade nevoenta.

Infelizmente não só ele, mas a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), disse que estava apurando os fatos e procurando responsabilidades, porém, até hoje, 7 dias consecutivos após (supõe-se ter iniciado o vazamento no dia 8/11), ainda procura pelos responsáveis enquanto meios de informações independentes já estão, inclusive, postando fotos e divulgando dados técnicos da imensidão do estrago. Dados esses que reproduzo com muita indignação.

Como havia escrito antes, a CHEVORN BRASIL (Chevron Oil Spill off Brazil - 100% americana / 0% brasileira) é a operadora que extrai o petróleo no Campo de Frade (Bacia de Campos), logo entendo que o compromisso com nossas águas é infinitamente inferior ao compromisso observado no Golfo do México, porque quem estava operando a “SEDCO 706” (sonda de perfuração semi-submersível) não era outra senão a tão assustadora TRANSOCEAN, a mesma que operava naquele evento catastrófico.

Inicialmente a CHEVRON disse que o vazamento foi um afloramento natural do petróleo liberado pelo poço, mas por cautela (?) determinou a suspensão da perfuração. Agora, admite ter havido erros no ato da perfuração e descontrole sobre a ruptura.

Embora as autoridades brasileiras (?) tenham tentado abafar a gravidade do acidente (pelo que parece), a SKYTRUTH registrou o vazamento através de fotos por satélite divulgadas pela “MODIS/Aqua Satellite Image” da NASA, vinte quatro horas após o vazamento ter supostamente iniciado.

Os dados técnicos da catástrofe (quaisquer vazamentos de petróleo no mar são catástrofes) estão disponíveis para que oradores desinformados obtenham o conhecimento necessário para só depois dar seus depoimentos e falar a verdadeira situação, pois mentira tem pernas curtas e nós estamos aqui para medir os cumprimentos dessas pernas.

Conforme estimado através de fotos e orientações por outros meios não informados, a SKYTRUTH descreveu que uma mancha de óleo originária do local de perfuração se estende por 2.379 km² e está entrando em um rodamoinho de correntes marinhas e isso quer dizer que, caso se liberte, logo poderá alcançar o litoral norte do Rio de Janeiro e costa do Espírito Santo. A Lâmina é de 1 micron de espessura, e totaliza um montante de 628 mil galões (14.954 barris) de petróleo.

Foto: MODIS/Aqua Satellite Image (NASA)
Capturada as 12 horas do dia 12/11/2011


Seguindo a lógica, se o vazamento começou na data suposta (8 /11), estima-se que a taxa de vazão é de aproximadamente 157 mil galões (3.738 barris) por dia.


Então, a catástrofe é estimada em vazão proporcional a 10 vezes maior que a anunciada inicialmente pela CHEVRON BRASIL, que era de 330 barris por dia.

Esses dados foram levantados e a foto capturada no dia 12, porém os números atuais devem estar bem mais elevados para hoje, dia 15.

Com todo o respeito ao cargo do Sr. Secretário, e também aos que ele parece defender, tenho uma opinião sugestiva: Que seria melhor ele ter apurado os fatos antes de divulgar tamanha desqualificação do acidente, e por isso desejaria vê-lo pedir para ir ali fora, comprar um novo jalequinho na quitanda da esquina e não voltar mais. NUNCA MAIS!

* Se a mancha de óleo se desprender do rodamoinho e não for contida a tempo, seguirá no sentido das correntes que vem do sul, e além de atingir o litoral do Rio de janeiro e Espírito Santo, poderá também chegar às proximidades do Arquipélago de Abrolhos (BA), berço de inúmeras espécies marinhas.



   

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