Na sexta-feira passada (11), postei sobre o vazamento de
petróleo na Bacia de Campos Pensar
e Falar...: VAZAMENTO DE PETRÓLEO NO MAR , onde questiono a
competência do Sr. Carlos Minc em afirmar, através dos meios de comunicação,
que esse vazamento no Campo de Frade não é grave.
Pois bem... Se ele, autoridade a frente da Secretaria
Estadual do Ambiente (SEA-RJ), diz algo defendendo como banal um vazamento de
petróleo em águas onde ocorre tráfego intenso de Tartarugas e Baleias Jubarte (em
risco de extinção) que procuram nossas águas quentes para se reproduzirem-se,
então sugiro que este cidadão se retire do posto público e saia em defesa de
outras causas mais interessantes à ele e ao seu amigo FHC, marchando lado a
lado em busca da liberdade nevoenta.
Infelizmente não só ele, mas a Agência Nacional de Petróleo,
Gás e Biocombustíveis (ANP), disse que estava apurando os fatos e procurando
responsabilidades, porém, até hoje, 7 dias consecutivos após (supõe-se ter iniciado
o vazamento no dia 8/11), ainda procura pelos responsáveis enquanto meios de
informações independentes já estão, inclusive, postando fotos e divulgando dados
técnicos da imensidão do estrago. Dados esses que reproduzo com muita
indignação.
Como havia escrito antes, a CHEVORN BRASIL (Chevron Oil
Spill off Brazil - 100% americana / 0% brasileira) é a operadora que extrai o
petróleo no Campo de Frade (Bacia de Campos), logo entendo que o compromisso
com nossas águas é infinitamente inferior ao compromisso observado no Golfo do
México, porque quem estava operando a “SEDCO 706” (sonda de perfuração semi-submersível)
não era outra senão a tão assustadora TRANSOCEAN, a mesma que operava naquele
evento catastrófico.
Inicialmente a CHEVRON disse que o vazamento foi um
afloramento natural do petróleo liberado pelo poço, mas por cautela (?) determinou
a suspensão da perfuração. Agora, admite ter havido erros no ato da perfuração
e descontrole sobre a ruptura.
Embora as autoridades brasileiras (?) tenham tentado abafar
a gravidade do acidente (pelo que parece), a SKYTRUTH registrou o vazamento
através de fotos por satélite divulgadas pela “MODIS/Aqua Satellite Image” da
NASA, vinte quatro horas após o vazamento ter supostamente iniciado.
Os dados técnicos da catástrofe (quaisquer vazamentos de
petróleo no mar são catástrofes) estão disponíveis para que oradores
desinformados obtenham o conhecimento necessário para só depois dar seus
depoimentos e falar a verdadeira situação, pois mentira tem pernas curtas e nós
estamos aqui para medir os cumprimentos dessas pernas.
Conforme estimado através de fotos e orientações por outros
meios não informados, a SKYTRUTH descreveu que uma mancha de óleo originária do
local de perfuração se estende por 2.379 km² e está entrando em um rodamoinho de
correntes marinhas e isso quer dizer que, caso se liberte, logo poderá alcançar
o litoral norte do Rio de Janeiro e costa do Espírito Santo. A Lâmina é de 1
micron de espessura, e totaliza um montante de 628 mil galões (14.954 barris)
de petróleo.
Foto: MODIS/Aqua Satellite Image (NASA)
Capturada as 12 horas do dia 12/11/2011
Seguindo a lógica, se o vazamento começou na data suposta (8 /11), estima-se que
a taxa de vazão é de aproximadamente 157 mil galões (3.738 barris) por dia.
Então, a catástrofe é estimada em vazão proporcional a 10
vezes maior que a anunciada inicialmente pela CHEVRON BRASIL, que era de 330
barris por dia.
Esses dados foram levantados e a foto capturada no dia 12,
porém os números atuais devem estar bem mais elevados para hoje, dia 15.
Com todo o respeito ao cargo do Sr. Secretário, e também aos
que ele parece defender, tenho uma opinião sugestiva: Que seria melhor ele ter
apurado os fatos antes de divulgar tamanha desqualificação do acidente, e por
isso desejaria vê-lo pedir para ir ali fora, comprar um novo jalequinho na
quitanda da esquina e não voltar mais. NUNCA MAIS!
* Se a mancha de óleo se desprender do rodamoinho e não for
contida a tempo, seguirá no sentido das correntes que vem do sul, e além de
atingir o litoral do Rio de janeiro e Espírito Santo, poderá também chegar às
proximidades do Arquipélago de Abrolhos (BA), berço de inúmeras espécies
marinhas.
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