O Complexo de Usinas Hidrelétricas
de Belo Monte está aí para que todos assistam o progresso chegar a uma região
carente de energia elétrica, necessitada de infra-estrutura, sedenta por
trabalho e com todos os recursos naturais disponíveis para a realização de uma
grandiosa obra, tanto no tamanho quanto na capacidade de geração de energia... Certo?
ERRADO!
Sustentavelmente, ecologicamente,
humanamente e financeiramente, ERRADO!
Portanto, INFINITAMENTE ERRADO!
Respondendo ao título: A
CONSTRUÇÃO DO COMPLEXO DE BELO MONTE SERÁ SIM, UMA FRAUDE E NÃO DEVERÁ ENCANTAR
PELA FALTA DO CUMPRIMENTO DA MAIORIA DAS PROMESSAS, ALÉM DE SER CONTRA QUALQUER
CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA MODERNA. ELA SERÁ ARCAICA E ULTRAPASSADA, ALÉM DE
CONTRIBUIR AGRESSIVAMENTE PARA O DESIQUILÍBRIO DO ECO-SISTEMA MUNDIAL.
Os argumentos para a construção
das Usinas Hidrelétricas de Belo monte é uma enganação, é desperdício do
dinheiro público, é afronta ao povo brasileiro e principalmente à população
ribeirinha daquela região, às comunidades indígenas, à cidade de Altamira (PA),
à floresta, à fauna, ao Rio Xingu, uma ameaça mortal a vida local como num
todo... O projeto inicial é antigo e agressivo pela ótica moderna e o projeto
atual não é outro senão o antigo, não poupa a natureza nem as pessoas ao redor,
não se utiliza de recursos sustentáveis e destrói o que a natureza construiu com
extrema perfeição. O complexo de Usinas Hidrelétricas de Belo Monte é,
contradizendo todos os argumentos favoráveis, uma verdadeira fraude!
O lago que será formado pelo
represamento do rio na construção da primeira Usina terá 516 km² de área, ou
seja, 51.600
hectares de floresta serão submersas sem serem
retiradas, trazendo perigos que vão das possibilidades de acidentes para a
navegação à contaminação das águas por dióxido de carbono e gás metano. A
previsão da localização da primeira Usina será no trecho conhecido como Volta
Grande, que deixará de existir, bem como 30% da cidade de Altamira, que passará
a ser habitada somente por seres aquáticos. Contudo, para a implantação dessa primeira
Usina estima-se desalojar mais de 20 mil pessoas.
Bacia Amazônica -
Imagem: Google
Alega-se ilusoriamente que será
criado mais de 80 mil empregos diretos e indiretos, porém imagino que boa parte
da população local (mão de obra não qualificada) terá como tarefa catar
peixinhos contaminados na beira do rio. E, na pior das hipóteses, aquela
localidade vai se transformar num “mundo de doenças”, levadas por operários
hospedados na região como foi o ocorrido em “Serra Pelada”, “Tucuruí” e “Carajás”.
R. Xingu (trecho Volta Grande) - Imagem: Google
Na verdade, a primeira usina de
Belo Monte terá como principal função atender empresas de mineração de carbono
que lá se instalarão para explorar o nosso solo, num processo acelerado de
degradação ambiental. Também é bom que se saiba que essa primeira usina, não será
construída dotada de intenções e ter capacidade para energizar acomodadamente além
das fronteiras dessas mineradoras e parte de Altamira.
Então, definitivamente ela não será
implantada para atender especificamente ao povo local ou da rendondeza, como se
promete.
Já se falou muito sobre a Usina
de Itaipu (Binacional: Brasil/Paraguai) e se fez muitas comparações sobre a
importância de uma Usina Hidrelétrica capaz de aliviar Itaipu em função de
contingência para as várias ocorrências acidentais. Mas são comparações
infundadas diante dos recursos tecnológicos de captação de energia existentes
hoje, como as energias solar e eólica, além do que, a Usina de Itaipu só atende
as regiões sul, sudeste e parte do centro-oeste e, havendo apagões, outras
regiões jamais serão afetadas, contudo, Belo Monte não terá nenhuma relação com
o suposto suprimento de energia para as áreas atendidas por Itaipu, como as
proposições absurdas que eu já li dos defensores mal orientados.
A Usina de Belo Monte jamais será
construída com a predestinação de fornecer sustentabilidade àquela região ou de
trazer divisas aceitáveis diante da grandeza do prejuízo eco-ambiental que
causará à humanidade.
E o valioso mineral de carbono será
extraído exclusivamente por empresas mineradoras estrangeiras, portanto, a porção
que caberá ao Brasil (e que grande parte se fragmentará pelo caminho até chegar
aos cofres públicos) será pequena para compensar os estragos sócio-ambientais.
É lamentável que o governo
brasileiro não esteja tratando as questões sociais como prioritárias, as
famílias ribeirinhas e as comunidades indígenas afetadas estão sendo enganadas
e sendo postas para fora de lá sem que haja uma socialização coerente às
necessidades daquelas pessoas, uma integração relacionada ao futuro e
sobrevivência delas.
Portanto, não se vê nessa
implantação, obediência sob a opinião pública que, mesmo distribuída por outros
pontos do planeta, suplicam pela utilização de recursos atuais e mais baratos,
e que hoje está sendo aplicado em todo o mundo em substituição aos sistemas já
ultrapassados, como são as agressivas, antiquadas e perigosas represas.
Rio Xingu - Foto: ecodebate.com.br
* Só para constar: muitos dos jovens
ou defensores desinformados não tem ideia dos estragos causados a fauna e a
flora, e nem do que desapareceu submerso pelas águas da represa de Itaipu. Diga-se:
Sete Quedas, no Rio Paraná, um conjunto de cachoeiras de beleza reconhecida mundialmente e de
equilíbrio ecológico necessário ao eco-sistema de grande parte da região
central da América do Sul, onde até o clima sofreu alterações consideráveis.
Infelizmente, na ocasião, não havia
outros recursos menos agressivos como se tem hoje e que não estão sendo
considerados pelo atual GOVERNO DO BRASIL.
** Esta postagem teve como orientadora a gaúcha SHEILA CAMARGO (@spascam), que é uma defensora incondicional da bio-diversidade das florestas, especialmente dos seres que lá habitam.
*** Aproveitando o assunto, sugiro dois links para serem visitados:
Vídeo
Prega tanto contra o senso comum, e está caindo no pior deles. Bobagem total esse comentário. Sou geógrafo, mestre em Geografia Política pela UFRJ e atualmente doutorando. Muitos argumentos aqui não possuem consistência e/ou são reproduzidos de maneira impensada.
ResponderExcluirInfelizmente,a construção da Usina de Belo Monte envolve interesses capitalistas gigantescos, além de que os governistas ou aqueles que têm interesses políticos ou pessoais não querem ir contra o PT nessa empreitada que envolve bilhões de dinheiro público que serão investidos na obra. Também não sou especialista no assunto mas tenho acompanhado as denúncias que têm sido levantadas, principalmente pelo MPF Pará e sei que há uma crescente demanda do mercado capitalista chinês na produção de alumínio barato (a velha síndrome do entreguismo, tão comum nesses governos que têm se sucedido no país) e a Usina de Belo Monte cairá como uma luva nesse processo agressivo do ponto de vista social, humano e ambiental. Nós, eu o Alexandre somos observadores e atuamos como transmissores de idéias e informações e estamos convencidos de que essa obra é inviável dos pontos de vista acima citados. Nenhum benefício será em favor das populações locais ou pela demanda de energia para o país e, sim, uma de uma dívida de campanha que o governo contraiu com as empreiteiras patrocinadoras de campanha. Só não vê quem não quer, é tão claro...
ResponderExcluirMestre Daniel, antes de tudo, gostaria de agradecer por ter comentado e lhe assegurar que não serei libertino em nenhum momento ao conduzir essa resposta.
ResponderExcluirTambém quero dizer que tenho um sobrinho chamado Daniel e que é Mestre em Engenharia Mecânica na UFRJ, no momento ele está nos EUA fazendo Doutorado. Bem como, tenho uma tia e duas irmãs professoras e isso mostra motivos a mais para ser admirador fiel e respeitador incondicional de quem tem o dom de ensinar (Leia em: http://taissum.blogspot.com/2011/10/aos-mestres-com-todo-o-meu-carinho.html ).
Bem, devo dizer que tudo que escrevo aqui no Blog é resumo do que leio em jornais, assisto na TV ou escuto nas rádios.
Esse texto sobre Belo Monte é fruto disso, inclusive para esta postagem, me utilizei de informações contidas em um livro de autor renomado (O LIVRO DE OURO DA AMAZÔNIA – JOÃO MEIRELLES FILHO) que me foi carinhosamente cedido, além do que, antes de enviar para o Blog, solicitei correção a uma ativista que o fez indicando algumas alterações sensatas.
Jamais faria algum comentário sem antes me orientar de fatos reais e que são livremente veiculados para fim de conhecimento geral.
Segundo sua apresentação pessoal, o senhor é altamente técnico no assunto e, se me contestou, deve saber de alguns outros detalhes que me põe em situação de desconhecedor dessas particularidades secretas, obscuras e obviamente, não divulgadas.
Posso até pecar pelo excesso de indignação, mas jamais criaria argumentos que não fossem fortalecidos pelos fatos reais que me chegam por meios comuns e populares. Como eu disse: São fatos reais e populares...
Com relação à Belo Monte, este projeto tramita em Brasília desde 1975 e já foi travado na justiça por várias vezes ao longo de todos esses anos (inclusive agora as obras estão paralisadas por determinação da justiça).
Então, Mestre Daniel, se eu me detivesse na classificação que o senhor fez sobre o que eu escrevi, poderia considerar que os juízes, o Ministério Público do Estado do Pará, os populares e os ativistas espalhados por todo o mundo, são inconsistentes em suas maneiras de pensar, assim como o senhor me considera.
E para não ficar mal visto pelo senhor ou por outra pessoa que porventura possa ter a mesma impressão, indico o link de onde retirei algumas informações: http://www.socioambiental.org/esp/bm/hist.asp
Ao senhor, só tenho a agradecer, pois assim tive a oportunidade de esclarecer o que tem por trás daquilo que escrevo.
Sinceramente? Desejo que o senhor me presenteie sempre com sua ilustre visita, pois para mim sempre será um grande prazer. Muito Obrigado, mesmo...
Penso que Belo Monte é uma catástrofe ambiental de impacto incomensurável disfarçada de aparato para o desenvolvimento. Ora, o próprio nome já diz: 'DES envolvimento', ou seja, não envolvimento com o que há de mais precioso. Numa cultura guiada pela geração de lucros, que sempre custam o sacrifício da fauna, da flora e das pessoas só pode é mesmo ver Belo Monte com bons olhos. O que se coloca pra nós, nesse exato momento, é a possibilidade de dizer NÃO a um tipo de projeto como esse. Daí sim, sair do senso comum de achar que desenvolvimento é isso. Acho que já passou da hora de pensarmos em alternativas viáveis e colocar em prática idéias que possam trazer a palavra Sustentabilidade para o cotidiano, para que possa ser vivenciada. Não há mais tempo a esperar. É o hoje, o agora. Sei da importância fundamental da Educação Ambiental nesse processo de construção de uma cidadania ambiental planetária, que resgata valores e exclui outros que tem nos permitido experimentar as mais vis formas de destruição. Daí, a educação ser a base. Em todos os níveis educacionais, desde a educ. infantil às universidades. Educação esta que permite que projetos como Belo Monte nem sejam pensados, pois temos potencial ambiental e potencial humano para optar por outras formas de geração de energia. Questionar é preciso.
ResponderExcluirVejam bem o que diz o respeitadíssimo site Correio da Cidadania:
ResponderExcluirBelo monte de mentiras! A história nada exemplar dos projetos hidrelétricos no maravilhoso rio Xingu, inventados pelos mafiosos e herdeiros da ditadura militar: http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=69&Itemid=179
Vejam também, neste link, detalhamento técnico e científico, feito por especialistas de alto nível, dos impactos que uma usina como Belo Monte poderia produzir se construída, um horror, uma catástrofe:
http://www.xinguvivo.org.br/2010/10/14/analises-tecnico-cientificas/#.Tsg3QIC26ks.twitter