15 de novembro de 2011

SERÁ O COMPLEXO DE USINAS HIDRELÉTRICAS DE BELO MONTE UMA FRAUDE ARMADA OU PROGRESSO PARA A AMAZÔNIA?



O Complexo de Usinas Hidrelétricas de Belo Monte está aí para que todos assistam o progresso chegar a uma região carente de energia elétrica, necessitada de infra-estrutura, sedenta por trabalho e com todos os recursos naturais disponíveis para a realização de uma grandiosa obra, tanto no tamanho quanto na capacidade de geração de energia... Certo?

ERRADO! 
Sustentavelmente, ecologicamente, humanamente e financeiramente, ERRADO!
Portanto, INFINITAMENTE ERRADO!
  
Respondendo ao título: A CONSTRUÇÃO DO COMPLEXO DE BELO MONTE SERÁ SIM, UMA FRAUDE E NÃO DEVERÁ ENCANTAR PELA FALTA DO CUMPRIMENTO DA MAIORIA DAS PROMESSAS, ALÉM DE SER CONTRA QUALQUER CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA MODERNA. ELA SERÁ ARCAICA E ULTRAPASSADA, ALÉM DE CONTRIBUIR AGRESSIVAMENTE PARA O DESIQUILÍBRIO DO ECO-SISTEMA MUNDIAL.

Os argumentos para a construção das Usinas Hidrelétricas de Belo monte é uma enganação, é desperdício do dinheiro público, é afronta ao povo brasileiro e principalmente à população ribeirinha daquela região, às comunidades indígenas, à cidade de Altamira (PA), à floresta, à fauna, ao Rio Xingu, uma ameaça mortal a vida local como num todo... O projeto inicial é antigo e agressivo pela ótica moderna e o projeto atual não é outro senão o antigo, não poupa a natureza nem as pessoas ao redor, não se utiliza de recursos sustentáveis e destrói o que a natureza construiu com extrema perfeição. O complexo de Usinas Hidrelétricas de Belo Monte é, contradizendo todos os argumentos favoráveis, uma verdadeira fraude!
  
  Rio Xingu - Foto: Google

O lago que será formado pelo represamento do rio na construção da primeira Usina terá 516 km² de área, ou seja, 51.600 hectares de floresta serão submersas sem serem retiradas, trazendo perigos que vão das possibilidades de acidentes para a navegação à contaminação das águas por dióxido de carbono e gás metano. A previsão da localização da primeira Usina será no trecho conhecido como Volta Grande, que deixará de existir, bem como 30% da cidade de Altamira, que passará a ser habitada somente por seres aquáticos. Contudo, para a implantação dessa primeira Usina estima-se desalojar mais de 20 mil pessoas.

Bacia Amazônica - Imagem: Google

Alega-se ilusoriamente que será criado mais de 80 mil empregos diretos e indiretos, porém imagino que boa parte da população local (mão de obra não qualificada) terá como tarefa catar peixinhos contaminados na beira do rio. E, na pior das hipóteses, aquela localidade vai se transformar num “mundo de doenças”, levadas por operários hospedados na região como foi o ocorrido em “Serra Pelada”, “Tucuruí” e “Carajás”.

R. Xingu (trecho Volta Grande) - Imagem: Google


Na verdade, a primeira usina de Belo Monte terá como principal função atender empresas de mineração de carbono que lá se instalarão para explorar o nosso solo, num processo acelerado de degradação ambiental. Também é bom que se saiba que essa primeira usina, não será construída dotada de intenções e ter capacidade para energizar acomodadamente além das fronteiras dessas mineradoras e parte de Altamira.

Então, definitivamente ela não será implantada para atender especificamente ao povo local ou da rendondeza, como se promete.

Já se falou muito sobre a Usina de Itaipu (Binacional: Brasil/Paraguai) e se fez muitas comparações sobre a importância de uma Usina Hidrelétrica capaz de aliviar Itaipu em função de contingência para as várias ocorrências acidentais. Mas são comparações infundadas diante dos recursos tecnológicos de captação de energia existentes hoje, como as energias solar e eólica, além do que, a Usina de Itaipu só atende as regiões sul, sudeste e parte do centro-oeste e, havendo apagões, outras regiões jamais serão afetadas, contudo, Belo Monte não terá nenhuma relação com o suposto suprimento de energia para as áreas atendidas por Itaipu, como as proposições absurdas que eu já li dos defensores mal orientados.

A Usina de Belo Monte jamais será construída com a predestinação de fornecer sustentabilidade àquela região ou de trazer divisas aceitáveis diante da grandeza do prejuízo eco-ambiental que causará à humanidade.

E o valioso mineral de carbono será extraído exclusivamente por empresas mineradoras estrangeiras, portanto, a porção que caberá ao Brasil (e que grande parte se fragmentará pelo caminho até chegar aos cofres públicos) será pequena para compensar os estragos sócio-ambientais.

É lamentável que o governo brasileiro não esteja tratando as questões sociais como prioritárias, as famílias ribeirinhas e as comunidades indígenas afetadas estão sendo enganadas e sendo postas para fora de lá sem que haja uma socialização coerente às necessidades daquelas pessoas, uma integração relacionada ao futuro e sobrevivência delas.
  
Portanto, não se vê nessa implantação, obediência sob a opinião pública que, mesmo distribuída por outros pontos do planeta, suplicam pela utilização de recursos atuais e mais baratos, e que hoje está sendo aplicado em todo o mundo em substituição aos sistemas já ultrapassados, como são as agressivas, antiquadas e perigosas represas.

 Rio Xingu - Foto: ecodebate.com.br

* Só para constar: muitos dos jovens ou defensores desinformados não tem ideia dos estragos causados a fauna e a flora, e nem do que desapareceu submerso pelas águas da represa de Itaipu. Diga-se: Sete Quedas, no Rio Paraná, um conjunto de cachoeiras de beleza reconhecida mundialmente e de equilíbrio ecológico necessário ao eco-sistema de grande parte da região central da América do Sul, onde até o clima sofreu alterações consideráveis.

 Sete Quedas (hoje submersa) - Foto: Google
  
Infelizmente, na ocasião, não havia outros recursos menos agressivos como se tem hoje e que não estão sendo considerados pelo atual GOVERNO DO BRASIL.

** Esta postagem teve como orientadora a gaúcha SHEILA CAMARGO (@spascam), que é uma defensora incondicional da bio-diversidade das florestas, especialmente dos seres que lá habitam.


*** Aproveitando o assunto, sugiro dois links para serem visitados: 


Vídeo






5 comentários:

  1. Prega tanto contra o senso comum, e está caindo no pior deles. Bobagem total esse comentário. Sou geógrafo, mestre em Geografia Política pela UFRJ e atualmente doutorando. Muitos argumentos aqui não possuem consistência e/ou são reproduzidos de maneira impensada.

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  2. Infelizmente,a construção da Usina de Belo Monte envolve interesses capitalistas gigantescos, além de que os governistas ou aqueles que têm interesses políticos ou pessoais não querem ir contra o PT nessa empreitada que envolve bilhões de dinheiro público que serão investidos na obra. Também não sou especialista no assunto mas tenho acompanhado as denúncias que têm sido levantadas, principalmente pelo MPF Pará e sei que há uma crescente demanda do mercado capitalista chinês na produção de alumínio barato (a velha síndrome do entreguismo, tão comum nesses governos que têm se sucedido no país) e a Usina de Belo Monte cairá como uma luva nesse processo agressivo do ponto de vista social, humano e ambiental. Nós, eu o Alexandre somos observadores e atuamos como transmissores de idéias e informações e estamos convencidos de que essa obra é inviável dos pontos de vista acima citados. Nenhum benefício será em favor das populações locais ou pela demanda de energia para o país e, sim, uma de uma dívida de campanha que o governo contraiu com as empreiteiras patrocinadoras de campanha. Só não vê quem não quer, é tão claro...

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  3. Mestre Daniel, antes de tudo, gostaria de agradecer por ter comentado e lhe assegurar que não serei libertino em nenhum momento ao conduzir essa resposta.
    Também quero dizer que tenho um sobrinho chamado Daniel e que é Mestre em Engenharia Mecânica na UFRJ, no momento ele está nos EUA fazendo Doutorado. Bem como, tenho uma tia e duas irmãs professoras e isso mostra motivos a mais para ser admirador fiel e respeitador incondicional de quem tem o dom de ensinar (Leia em: http://taissum.blogspot.com/2011/10/aos-mestres-com-todo-o-meu-carinho.html ).
    Bem, devo dizer que tudo que escrevo aqui no Blog é resumo do que leio em jornais, assisto na TV ou escuto nas rádios.
    Esse texto sobre Belo Monte é fruto disso, inclusive para esta postagem, me utilizei de informações contidas em um livro de autor renomado (O LIVRO DE OURO DA AMAZÔNIA – JOÃO MEIRELLES FILHO) que me foi carinhosamente cedido, além do que, antes de enviar para o Blog, solicitei correção a uma ativista que o fez indicando algumas alterações sensatas.
    Jamais faria algum comentário sem antes me orientar de fatos reais e que são livremente veiculados para fim de conhecimento geral.
    Segundo sua apresentação pessoal, o senhor é altamente técnico no assunto e, se me contestou, deve saber de alguns outros detalhes que me põe em situação de desconhecedor dessas particularidades secretas, obscuras e obviamente, não divulgadas.
    Posso até pecar pelo excesso de indignação, mas jamais criaria argumentos que não fossem fortalecidos pelos fatos reais que me chegam por meios comuns e populares. Como eu disse: São fatos reais e populares...
    Com relação à Belo Monte, este projeto tramita em Brasília desde 1975 e já foi travado na justiça por várias vezes ao longo de todos esses anos (inclusive agora as obras estão paralisadas por determinação da justiça).
    Então, Mestre Daniel, se eu me detivesse na classificação que o senhor fez sobre o que eu escrevi, poderia considerar que os juízes, o Ministério Público do Estado do Pará, os populares e os ativistas espalhados por todo o mundo, são inconsistentes em suas maneiras de pensar, assim como o senhor me considera.
    E para não ficar mal visto pelo senhor ou por outra pessoa que porventura possa ter a mesma impressão, indico o link de onde retirei algumas informações: http://www.socioambiental.org/esp/bm/hist.asp
    Ao senhor, só tenho a agradecer, pois assim tive a oportunidade de esclarecer o que tem por trás daquilo que escrevo.
    Sinceramente? Desejo que o senhor me presenteie sempre com sua ilustre visita, pois para mim sempre será um grande prazer. Muito Obrigado, mesmo...

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  4. Penso que Belo Monte é uma catástrofe ambiental de impacto incomensurável disfarçada de aparato para o desenvolvimento. Ora, o próprio nome já diz: 'DES envolvimento', ou seja, não envolvimento com o que há de mais precioso. Numa cultura guiada pela geração de lucros, que sempre custam o sacrifício da fauna, da flora e das pessoas só pode é mesmo ver Belo Monte com bons olhos. O que se coloca pra nós, nesse exato momento, é a possibilidade de dizer NÃO a um tipo de projeto como esse. Daí sim, sair do senso comum de achar que desenvolvimento é isso. Acho que já passou da hora de pensarmos em alternativas viáveis e colocar em prática idéias que possam trazer a palavra Sustentabilidade para o cotidiano, para que possa ser vivenciada. Não há mais tempo a esperar. É o hoje, o agora. Sei da importância fundamental da Educação Ambiental nesse processo de construção de uma cidadania ambiental planetária, que resgata valores e exclui outros que tem nos permitido experimentar as mais vis formas de destruição. Daí, a educação ser a base. Em todos os níveis educacionais, desde a educ. infantil às universidades. Educação esta que permite que projetos como Belo Monte nem sejam pensados, pois temos potencial ambiental e potencial humano para optar por outras formas de geração de energia. Questionar é preciso.

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  5. Vejam bem o que diz o respeitadíssimo site Correio da Cidadania:

    Belo monte de mentiras! A história nada exemplar dos projetos hidrelétricos no maravilhoso rio Xingu, inventados pelos mafiosos e herdeiros da ditadura militar: http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=69&Itemid=179

    Vejam também, neste link, detalhamento técnico e científico, feito por especialistas de alto nível, dos impactos que uma usina como Belo Monte poderia produzir se construída, um horror, uma catástrofe:
    http://www.xinguvivo.org.br/2010/10/14/analises-tecnico-cientificas/#.Tsg3QIC26ks.twitter

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