Os acidentes e incidentes causados pela falta de manutenção a altura das necessidades de segurança dos usuários, pela falta de investimentos a altura das necessidades do conforto dos usuários e pela falta de respeito a altura das necessidades da cidadania dos usuários por parte das concessionárias e, falta de decente fiscalização a altura das necessidades e do compromissos com os usuários por parte do Governo Estadual - que é responsável direto pelas cessões nos transportes públicos do Estado do Rio de Janeiro, como Metrô, Trens e Barcas - continuam acontecendo sem que haja uma cobrança acirrada pelo cumprimento dos contratos firmados entre as partes, diga-se que uma dessas partes é o povo, representado por “sua Administração Estadual”.
Faço lembrar que essa postagem está abordando somente os dias 21 e 22 de março de 2011, embora esses acidentes e incidentes ocorram com elevada freqüência nas malhas férreas e nas águas da Baía de Guanabara.
Então, vamos aos “fatos”:
METRÔ RIO
No dia 21 de março, segunda-feira, às 18h20min, no intervalo de maior movimentação de passageiros, reconhecido como “horário de pico”, uma composição do Metrô sofreu avaria no sistema de ar comprimido – sistema que aciona os freios e portas - na Estação Catete. Isso causou atraso, superlotação e desconfortável constrangimento a todos os usuários da linha 1, pois os passageiros tiveram que fazer baldeação para outra composição a fim de seguir viagem.
BARCAS SA
No mesmo dia 21 de março, segunda-feira portanto, às 07h35min, a embarcação AVATARE da Barcas SA, ao atracar no Píer da Praça XV, chocou-se com a plataforma flutuante de embarque e desembarque de passageiros, a AVATARE vinha de Cocotá (Ilha do Governador) e pela hora - também considerada como “horário de pico” - há de se imaginar sua lotação.
Pelo que consta, nesse acidente, chamado pelos técnicos (de quê, não sei) como incidente operacional, não houve feridos. Ainda bem.
Mas certamente muitos sofreram pânico psicológico... Imagina só!
Na manhã do mesmo dia 21 de março, segunda-feira, uma outra embarcação que fazia a travessia Rio-Niterói teve problemas técnicos (diga-se: Falta de manutenção preventiva) e foi retirada de circulação. Logo a Barcas SA colocou outra em substituição. O incidente causou enormes filas no Píer Araribóia, em Niterói, de usuários tentando chegar ao trabalho. Dizem que esse fato não alterou ou prejudicou o funcionamento, pois não houve interrupção do serviço.
Então, conforme a simplicidade da explicação, as longas filas se formaram por pura sacanagem das pessoas que queriam atravessar a Baía de Guanabara afim de nada?
Calma! Não parou por aí...
SUPERVIA
No dia seguinte, 22 de março, terça-feira, uma mulher foi atingida por um reboco que caiu das ruínas da Estação de São Cristóvão. A SUPERVIA, cessionária que administra os trens, informou que a usuária foi socorrida por um agente de segurança e depois levada ao Hospital no Centro do Rio. Pelo menos, socorrer, mostraram ser bons.
Pensa que acabou? Acabou nada...
Na mesma terça-feira, logo no mesmo dia 22 de março, às 17h15min, hora considerada de “pico” também, uma composição que trafegava entre as Estações de Cascadura e Madureira achou de parar no meio do trecho, os passageiros tiveram que saltar nos trilhos e voltar até a Estação de Casacadura. A composição saiu da Estação da Central do Brasil em direção a Campo Grande, onde, por motivos técnicos - sinônimo normalmente utilizado para substituir a expressão: falta de manutenção devida - não chegou, nem rebocado.
Para não ser repetitivo, irei direto ao assunto: No mesmo dia, na mesma segunda-feira uma outra composição enguiçou no ramal de Bangu, Obviamente o tal do “problema técnico” foi o indivíduo causador do problema que eu chamo de “falta de manutenção devida”.
Bem, pra fechar essa mesma segunda-feira, dia 22 de março, cheia de emocionantes aventuras para os usuários dos trens do Rio de Janeiro, um homem que perambulava pela linha próximo a Estação de Cascadura, foi atropelado e morto pelo trem que transitava pelo local (esse estava funcionando, pois ainda sobreviva aos maus tratos). De acordo com a SUPERVIA, o sujeito estava indevidamente caminhando pela linha ao ser atingido. Outro problema é esse, os muros que separam a estrada de ferro das ruas públicas têm vários trechos em abertos ou de fácil acesso. Outro item para engordar a manutenção pouco ativa.
Caramba! Por pouco não cheguei ao limite das linhas para descrever os descasos de âmbito governamental, no sentido de se fazer cumprir o constante nos contratos ora vigentes - e olha que eu não estou falando dos futuros contratos que já estão acertados para daqui a 12 anos, como é o caso do contrato renovado com a SUPERVIA por mais 25 anos.
Infelizmente meus netos terão que conviver com esse “colesterol” que adoece o país desde já...
Caramba (novamente)! Cadê o Ministério Público desse Estado? Cadê as agências que regulam dos transportes públicos? Cadê os que deveriam cobrar a excelência dos resultados, já que as cessionárias cobram e muito bem pelas tarifas?
Essas e outras respostas nós só teremos quando o outro lado do Brasil for sério, responsável, honesto e menos oportunista...