Raras são as vezes que utilizo o transporte público aqui na minha
cidade do Rio de Janeiro, principalmente os considerados “transportes de massa”
que carregam uma multidão espremida num espaço inferior ao dignamente aceitável
e merecido, obrigando as pessoas as condições ridículas no caminho em busca do
pão de cada dia.
Pois bem... Hoje, excepcionalmente
precisei ir ao centro entregar um projeto e como não há vagas disponíveis,
estacionei o carro num bairro da zona sul e segui via metrô.
Até aí, tudo bem... A composição já
estava “adentrável” pela hora. Resolvi o que tinha que resolver no centro e
voltei para o metrô a fim de buscar o carro, entrei no vagão de número 2056 e
ao partir percebi o barulho e a vibração que fazia, imaginei então que o
“bagulho” não deveria ter manutenção há anos, pois o material rolante estava
dando pancadas nos trilhos como se estivesse ovalizados (não redondos como
deveriam). As pancadas eram muito fortes e aumentavam conforme a velocidade, me
davam a impressão de que o vagão iria saltar dos trilhos. O barulho era coisa
amedrontadora. Esse conjunto de vibração com o som ensurdecedor, por algum
momento me fez lembrar daquelas viagens que fazia nos trens velhos e de portas
que nunca se fechavam dos ramais de Gramacho e Saracuruna (cidades do Município
de Duque de Caxias - Baixada RJ).
Juro que isso me irritou bastante, pois
são “problemas técnicos” rotineiros, fazem parte do cotidiano dos usuários e a
maioria decorrente da falta de manutenção corretiva. Sim, porque a preventiva
como eu pude notar, não acontece, ou não teria percebido hoje.
Não sou técnico no assunto e nem
precisava para observar (e sentir) que havia algo de muito errado e grave pondo
em risco à integridade física dos usuários, quiçá, a vida deles.
Vejo isso como falta de respeito,
descaso e irresponsabilidade dos que deveriam ser responsáveis por ofício e por
legalidade. Também me deixa pensar que o desgoverno do meu Estado juntamente
com o órgão regulador (AGETRANSP) esteja em conluio com quem oferece serviços
sem a devida segurança, despreza o respeito e viola os direitos
constitucionais.
É nessa hora que as comissões dos
“Direitos Humanos” deveriam deixar as portas das cadeias e se mostrarem
presentes para defenderem os interesses constitucionais dos cidadãos, cobrando
para que sejam respeitados e tratados com a dignidade que merecem por direito.
Essa minha indignação não pára no buraco
do metrô, ela se estende às outras operadoras que assumiram as concessões dos
transportes aqui do Rio, como os trens e as barcas, que dispensam o mesmo
tratamento desleal em sua natureza, aos seus dependentes usuários.
Ah! E depois me vem com campanhas para
deixar o carro em casa em favor da qualidade de vida, tá?...