6 de dezembro de 2011

DEPOIS, SÃO "PROBLEMAS TÉCNICOS"...

Raras são as vezes que utilizo o transporte público aqui na minha cidade do Rio de Janeiro, principalmente os considerados “transportes de massa” que carregam uma multidão espremida num espaço inferior ao dignamente aceitável e merecido, obrigando as pessoas as condições ridículas no caminho em busca do pão de cada dia.

Pois bem... Hoje, excepcionalmente precisei ir ao centro entregar um projeto e como não há vagas disponíveis, estacionei o carro num bairro da zona sul e segui via metrô.

Até aí, tudo bem... A composição já estava “adentrável” pela hora. Resolvi o que tinha que resolver no centro e voltei para o metrô a fim de buscar o carro, entrei no vagão de número 2056 e ao partir percebi o barulho e a vibração que fazia, imaginei então que o “bagulho” não deveria ter manutenção há anos, pois o material rolante estava dando pancadas nos trilhos como se estivesse ovalizados (não redondos como deveriam). As pancadas eram muito fortes e aumentavam conforme a velocidade, me davam a impressão de que o vagão iria saltar dos trilhos. O barulho era coisa amedrontadora. Esse conjunto de vibração com o som ensurdecedor, por algum momento me fez lembrar daquelas viagens que fazia nos trens velhos e de portas que nunca se fechavam dos ramais de Gramacho e Saracuruna (cidades do Município de Duque de Caxias - Baixada RJ).

Juro que isso me irritou bastante, pois são “problemas técnicos” rotineiros, fazem parte do cotidiano dos usuários e a maioria decorrente da falta de manutenção corretiva. Sim, porque a preventiva como eu pude notar, não acontece, ou não teria percebido hoje.

Não sou técnico no assunto e nem precisava para observar (e sentir) que havia algo de muito errado e grave pondo em risco à integridade física dos usuários, quiçá, a vida deles.

Vejo isso como falta de respeito, descaso e irresponsabilidade dos que deveriam ser responsáveis por ofício e por legalidade. Também me deixa pensar que o desgoverno do meu Estado juntamente com o órgão regulador (AGETRANSP) esteja em conluio com quem oferece serviços sem a devida segurança, despreza o respeito e viola os direitos constitucionais.

É nessa hora que as comissões dos “Direitos Humanos” deveriam deixar as portas das cadeias e se mostrarem presentes para defenderem os interesses constitucionais dos cidadãos, cobrando para que sejam respeitados e tratados com a dignidade que merecem por direito.

Essa minha indignação não pára no buraco do metrô, ela se estende às outras operadoras que assumiram as concessões dos transportes aqui do Rio, como os trens e as barcas, que dispensam o mesmo tratamento desleal em sua natureza, aos seus dependentes usuários.

Ah! E depois me vem com campanhas para deixar o carro em casa em favor da qualidade de vida, tá?...





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