Até parece que eu estava adivinhando quando na última postagem sobre as BARCAS S/A, citei o METRÔ RIO e a SUPERVIA ...
Na verdade não adivinhei nada, o fato é que os problemas apresentados por quase todas as concessionárias que atuam no Rio de Janeiro apresentam constantes problemas na prestação de seus serviços, e que podemos até dizer que algumas têm péssimos serviços comparados às necessidades da população e pelo que ela paga sob o título “tarifa” - Deixa pra lá, essa é outra história...
Ontem uma superlotada composição de trens da SUPERVIA apresentou problemas e parou na Estação de Olaria, deixando uma multidão em fervorosa ira. Com medo de que houvesse destruição das composições, obviamente, a direção da concessionária acionou o 16º Batalhão de Polícia Militar do Estado (que também fica em Olaria) para dar suporte aos Guardas Ferroviários, caso houvesse “quebra-quebra” na pequena Estação.
Bem, a concessionária SUPERVIA informou mais tarde que houve sim, um problema operacional e que o atraso se estendeu por 15 minutos apenas – acho que eles não sabem contar as horas...
Até pouco tempo fui usuário desse meio de transporte e posso afirmar que os trens do Rio só ganham dos outros meios pela velocidade de locomoção, mas isso depois que você está todo amarrotado dentro da composição, antes ou bem depois das panes terem acontecido, coisa comum quase todos os dias.
Os passageiros dos trens são em sua maioria pessoas humildes, moram na Zona Norte, Zona Oeste e Baixada Fluminense, portanto longe do Centro, e por descasos qualificados, pertencem a fatia da população que mais sofre com os deficitários transportes urbanos da Cidade Maravilhosa.
Os serviços prestados pela SUPERVIA não são, nem de longe, compatível com o valor da passagem que ela cobra, pois é péssimo e a maioria das composições são velhas, mal conservadas, sujas, escuras e muito quentes, portas funcionam mal, janelas abertas não fecham e as fechadas na abrem, faltam lâmpadas, ventiladores não funcionam, há diferenças de alturas entre os pisos dos vagões e as plataformas... São inúmeros os problemas que engordam a deficiência operacional dessa concessionária.
Mesmo com tantos afazeres para atender aos anseios da população usuária, a empresa ainda é agraciada com reajustes desmerecedores, pois a AGETRANSP (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro), concedeu um aumento de tarifa no mês passado e que elevou o valor da passagem para R$ 2,80. Baseado em quê? Não sei...
Como se não bastasse, diante de constantes “problemas operacionais” e denúncias dos milhares de usuários, o Governo Estadual, tendo como Governador o Sr. Sérgio Cabral Filho, anunciou no dia 25 de fevereiro de 2011, a renovação do contrato de concessão da SUPERVIA em mais 25 anos a contar do ano de 2023, quando vence esse contrato atual – não precisa ler de novo, foi isso mesmo que eu escrevi.
Agora fico sem entender como a administração do Estado pode prever as necessidades do povo carioca daqui a 12 anos e prever que a concessionária “agraciada” atenda essa necessidade diante dos números até aqui aprecentados?
O consórcio vencedor do leilão de privatização do sistema de trens urbanos do Rio e que gerou a SUPERVIA em 1998 – portanto 13 anos onde pouco se fez – venceu com o lance de R$ 279,7milhões. Os planos para o decênio 2010 – 2020 é de R$2,3 bilhões, mas ela só aplicou desde seu início R$ 545 milhões, sendo R$ 29 milhões só no ano passado, ou seja, muito pouco diante das necessidades “operacionais” claramente apresentadas sobre os trilhos da nossa malha ferroviária...
Caramba! Cadê a Assembléia Legislativa e suas CPI’s? Onde estão os fiscais do povo? Por debaixo de qual lona se escondem os parlamentares que deveriam lutar pelo bem comum?
Desculpem-me se estou sendo crítico ao extremo e falando pelos cotovelos, mas certamente o povo só ganha título de gente quando vai às urnas, do contrário, segue como bruzundanga diante da classe abastada dos políticos amigos, do outro obviamente...