A Secretaria Especial de Ordem Pública (SEOP) está de olho nos que fazem xixi nas ruas, principalmente nessa época de carnaval onde “rola cerveja a rodo” e a maioria dos foliões, depois dos “pipos cheios”, urinam em quaisquer lugares.
Esse pessoal está na mira da Secretaria e qualquer “mijadinha fora do pinico”, abre caminho para a delegacia mais próxima.
Muito boa essa atividade reguladora de xixis nos ambientes públicos. Para isso, a Prefeitura do Rio colocou banheiros químicos no entorno dos pontos de concentração de blocos a fim de proporcionar aos “mijões de plantão”, um dispositivo ecologicamente correto e de privacidade garantida.
Lagal, né? Mais legal seria se, ao invés de criticar o povo “apertado”, a Prefeitura desse condições para que se cumprissem as regras de boas condutas oferecendo fartura de dispositivos dessa natureza e em locais diversos espalhados por toda a Cidade, e não só na Zona Sul e Centro, pois uma, duas ou três cabines não foram suficientes – é óbvio - para atender as necessidades fisiológicas do grande número de foliões concentrados em certos bairros tradicionais das Zonas Norte e Oeste.
Criticar a educação do povo que não se contém em “dar uma mijadinha pelos cantos”, é muito fácil, o difícil é compreender que pela orientação trazida de casa não continha até pouco tempo, a menção se quer de um banheiro público, a não ser dos banheiros dos bares que, ao longo de suas existências, o povo sempre contou com a presteza e a sensibilidade dos comerciantes, e isso não só no carnaval, mas em todos os 365 dias do ano.
Caramba! Esse fato levou ao constrangimento inúmeras pessoas que não conseguiram “se segurar” durante a folia após fazerem uso de líquidos para saciar a sede.
Ainda bem que o SEOP, em nome do seu jovem secretário Alex Costa, reconheceu a deficiência, mas não baixou a guarda quanto à educação do povo. Entendo que esse argumento é falho, pois a alegação de que não imaginavam o quantitativo de foliões é mentirosa. A Prefeitura incentivou e auxiliou a formação dos Blocos de Rua, além do que, tornou-se mais segura a participação do povo nos Blocos após a implantação das UPP’s. e isso por si só, agravaria um aumento desproporcional em relação aos números apresentados no ano anterior, e de onde - segundo ele - partiram os cálculos para esse ano.
O que o Secretário quis dizer foi mais ou menos assim:
- “Nós colocamos uns banheiros químicos por aí. Não tenho culpa se os “mijões” não têm a mínima educação urinária, mesmo sendo em quantidade superior ao que ineficientemente calculamos e podemos atender no momento”.
Então, para colocar no clima da festa mais popular do mundo, fiz melódica alusão das atitudes do SEOP e seus “Leões de Chácara” com a lendária marchinha de carnaval muito cantada nas ruas e bailes: “Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, segure o seu apito que se mijar, o pau vai comer...”
Mas tudo bem, gente... No ano que vem vai ter mais banheiros químicos espalhados pela Cidade, segundo declarações do Secretário Alex Costa.
Quem ainda não conseguiu fazer xixi num desses dispositivos modernos, “se segure” até o próximo carnaval, pois lá as suas chances vão ser maiores e as filas quilométricas tenderão a ser transformadas em filas métricas, desta forma, vai dá pra agüentar “pingando” até chegar sua vez.
Veja o link:
- Lembro que não sou a favor da prática urinária em vias públicas, mas entendo que onde há bebidas em abundância como a cerveja, a ação para a eliminação desse líquido do corpo humano é inevitável, portanto a falta de banheiros químicos não resolve numericamente essa larga desproporção. Minha indignação está na dura cobrança de quem não atende as necessidades do povo nessas horas – sem falhas, como deveria - e ainda coloca mais de 900 agentes para fiscalizar ao invés de evitar esse desperdício investindo em mais dispositivos apropriados, como esses banheiros ou aqueles saquinhos com gel. Ambos são ecologicamente corretos e indicados.
- O texto que desenvolvi está baseado em declarações do próprio secretário e em notícias veiculadas por vários órgãos de divulgação.
- A indignação é minha, e parti do princípio de quem paga seus impostos e não percebe um retorno plausível, bem como a implantação de um coronelato na Prefeitura do Rio, onde se quer ganhar – e ganha - no grito os vários impasses entre os órgãos e o povo.