O Secretário Estadual do Ambiente
do Rio de Janeiro (SEA-RJ), Carlos Minc, disse ontem, quinta-feira (17) que está
preocupado o vazamento de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos. Segundo
reconheceu, a região faz parte da rota migratória de baleias, como as baleias
jubarte, e golfinhos, que certamente serão prejudicados.
Foto: Google
O interessante é que, na
quinta-feira passada, quando foi denunciado o vazamento, Minc declarou que não
havia gravidade nesse acidente e que tudo estava sob controle. O que me faz
pensar que, falou sem ter o conhecimento real dos fatos. Feia a declaração para
um político e secretário de ambiente, jamais deveria fazê-la como autoridade, e
a meu ver, um erro passivo de alguns puxões de orelhas, daqueles bem puxados...
Bem... pelo que vimos depois, o
desastre não estava sob controle coisa alguma, o vazamento poderia ocorrer por
vários dias sem que ninguém soubesse não fosse a NASA denunciar o caso. E agora,
mesmo com o fundilho aparecendo, a CHEVRON, que é a operadora daquele poço em
sociedade com a Petrobrás e ANP, diz que tem vários navios trabalhando na
coleta do óleo superficial, porém a Polícia Federal constatou que trabalhando
lá, há poucos navios, desmentindo a poderosa empresa americana. Quanto às suas
sócias, nada dizem de concreto, pois estão perdidas e com informações
desencontradas (ou ocultadas). Isso é eticamente desrespeitoso e de imensa
irresponsabilidade para com todos nós.
Foto: CHEVRON/Reuters
Para o ocorrido, ainda se cogita que
a CHEVRON tenha ultrapassado 500
metros além do permitindo. Questão que incriminaria
ainda mais a exploradora americana por seu erro ou sua ganância. Prefiro
acreditar na segunda hipótese, pois a tecnologia que envolve essa atividade nos
dias de hoje é muito avançada e isso aponta claramente que, se houve mesmo esse
avanço na perfuração, foi intencional.
Já a imprensa brasileira está inerte
aos furos de reportagens, pois nada divulga sem que antes seja aflorado através
da imprensa internacional, e isso quer dizer que está se passando por lebre
diante da caçada do gato, que por sua vez, está acuado pelo imponente Pitbull (Entenda
ao nível do seu acompanhamento político)...
Lamento que o secretário tenha admitido
só agora depois de 8 dias do vazamento ser detectado pela NASA (dia 9). A
CHEVRON escondeu o fato até então, pois se supõe que o “problema com a sonda” (segundo
esclarece) tenha se iniciado um dia antes (8).
Minc citou as baleias Jubartes
que procuram as nossas águas quentes para se reproduzirem entre os meses de
junho e dezembro, porém esqueceu de dizer que não só elas, mas outras seis
espécies de baleias visitam nossa costa, são elas: Bryde, Minke, Sei, Fin,
Franca-do-Sul e Azul. Também na mesma rota e que passa pela mancha de óleo, trafegam
as tartarugas que utilizam nossas praias para desovarem.
Outra questão espantosa são os dados
numéricos divulgados, pois a ANP alega estarem vazando 300 barris/dia, enquanto
a NASA estimou em 3.7 mil barris/dia baseada na extensão da mancha e na área
quadrada em que ela se espalhou, embora hoje, já esteja sendo percebido algo
por volta de 23 vezes mais do que os 300 barris/dia divulgados pela CHEVRON e
ANP.
Foto: Satélite NASA
Infelizmente essa catástrofe
trará muitos problemas para a nossa fauna marinha, e o dinheiro dos royalties
não trará compensação porcaria nenhuma, como enfatizou o secretário desinformado
que tentou dar uma choradinha fora de hora, desesperado que está pela
participação desse montante que dizem ter direito.
É lamentável que Carlos Minc não
assuma uma postura inerente ao importante cargo que ocupa e ao de ambientalista
que diz ser, pois todos nós sabemos que os bilhões de reais provindo dessas
extrações jamais pagariam um único item relacionado a tragédias como essa.
Agora resta saber qual será a enérgica
atitude que o Brasil poderá implementar sobre os culpados. Não adiantam ser
multas somente, por mais pesadas que sejam, porque de alguma forma (sabemos por
outras histórias recentes) elas acabarão voltando para as mãos de onde saíram em
forma de incentivos fiscais, e tudo passará como se nada tivesse passado, e de
carona nessa perniciosa passagem, seguirá junto memória do povão...
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