18 de novembro de 2011

VAZAMENTO DE PETRÓLEO - MENTIRAS APARECEM SUJAS DE ÓLEO



O Secretário Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (SEA-RJ), Carlos Minc, disse ontem, quinta-feira (17) que está preocupado o vazamento de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos. Segundo reconheceu, a região faz parte da rota migratória de baleias, como as baleias jubarte, e golfinhos, que certamente serão prejudicados.

Foto: Google
  
O interessante é que, na quinta-feira passada, quando foi denunciado o vazamento, Minc declarou que não havia gravidade nesse acidente e que tudo estava sob controle. O que me faz pensar que, falou sem ter o conhecimento real dos fatos. Feia a declaração para um político e secretário de ambiente, jamais deveria fazê-la como autoridade, e a meu ver, um erro passivo de alguns puxões de orelhas, daqueles bem puxados...

Bem... pelo que vimos depois, o desastre não estava sob controle coisa alguma, o vazamento poderia ocorrer por vários dias sem que ninguém soubesse não fosse a NASA denunciar o caso. E agora, mesmo com o fundilho aparecendo, a CHEVRON, que é a operadora daquele poço em sociedade com a Petrobrás e ANP, diz que tem vários navios trabalhando na coleta do óleo superficial, porém a Polícia Federal constatou que trabalhando lá, há poucos navios, desmentindo a poderosa empresa americana. Quanto às suas sócias, nada dizem de concreto, pois estão perdidas e com informações desencontradas (ou ocultadas). Isso é eticamente desrespeitoso e de imensa irresponsabilidade para com todos nós.

Foto: CHEVRON/Reuters

Para o ocorrido, ainda se cogita que a CHEVRON tenha ultrapassado 500 metros além do permitindo. Questão que incriminaria ainda mais a exploradora americana por seu erro ou sua ganância. Prefiro acreditar na segunda hipótese, pois a tecnologia que envolve essa atividade nos dias de hoje é muito avançada e isso aponta claramente que, se houve mesmo esse avanço na perfuração, foi intencional.

Já a imprensa brasileira está inerte aos furos de reportagens, pois nada divulga sem que antes seja aflorado através da imprensa internacional, e isso quer dizer que está se passando por lebre diante da caçada do gato, que por sua vez, está acuado pelo imponente Pitbull (Entenda ao nível do seu acompanhamento político)...

Lamento que o secretário tenha admitido só agora depois de 8 dias do vazamento ser detectado pela NASA (dia 9). A CHEVRON escondeu o fato até então, pois se supõe que o “problema com a sonda” (segundo esclarece) tenha se iniciado um dia antes (8).
Minc citou as baleias Jubartes que procuram as nossas águas quentes para se reproduzirem entre os meses de junho e dezembro, porém esqueceu de dizer que não só elas, mas outras seis espécies de baleias visitam nossa costa, são elas: Bryde, Minke, Sei, Fin, Franca-do-Sul e Azul. Também na mesma rota e que passa pela mancha de óleo, trafegam as tartarugas que utilizam nossas praias para desovarem.

Outra questão espantosa são os dados numéricos divulgados, pois a ANP alega estarem vazando 300 barris/dia, enquanto a NASA estimou em 3.7 mil barris/dia baseada na extensão da mancha e na área quadrada em que ela se espalhou, embora hoje, já esteja sendo percebido algo por volta de 23 vezes mais do que os 300 barris/dia divulgados pela CHEVRON e ANP.

Foto: Satélite NASA

Infelizmente essa catástrofe trará muitos problemas para a nossa fauna marinha, e o dinheiro dos royalties não trará compensação porcaria nenhuma, como enfatizou o secretário desinformado que tentou dar uma choradinha fora de hora, desesperado que está pela participação desse montante que dizem ter direito.

É lamentável que Carlos Minc não assuma uma postura inerente ao importante cargo que ocupa e ao de ambientalista que diz ser, pois todos nós sabemos que os bilhões de reais provindo dessas extrações jamais pagariam um único item relacionado a tragédias como essa.

Agora resta saber qual será a enérgica atitude que o Brasil poderá implementar sobre os culpados. Não adiantam ser multas somente, por mais pesadas que sejam, porque de alguma forma (sabemos por outras histórias recentes) elas acabarão voltando para as mãos de onde saíram em forma de incentivos fiscais, e tudo passará como se nada tivesse passado, e de carona nessa perniciosa passagem, seguirá junto memória do povão... 




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