1 de junho de 2011

MULHERES SÃO PROIBIDAS DE DIRIGIR...




Para o bem do trânsito na Arábia Saudita, é proibido mulheres ao volante. Bem que poderia ser no mundo todo, não é? Já imaginaram mulheres dirigindo vestidas a caráter, com burqa, xador ou hijab encobrindo o corpo dos pés a cabeça, inclusive os olhos? Que Alah nos livre!

Calma, gente! Tô brincando, tá? Embora o assunto que passo a comentar seja demasiadamente sério...

Ainda hoje há evidências claras de que existem banais discriminações com práticas da violência assistida e mantida rigorosa contra as mulheres pelo mundo a fora.

No dia 22 de maio, uma mulher de nome Manal al-Sharif foi flagrada dirigindo um carro na Arábia Saudita e presa, pois lá não é permitido mulheres ao volante a revelia. Pelo formato legal, ela não fez nada de errado, pois tem carteira de motorista válida adquirida nos EUA e reconhecida na Arábia Saudita, tinha permissão do seu irmão, que ao lado dela postava-se como a necessária figura masculina, além de ser seu parente próximo. No entanto, essa não foi a visão consensual da polícia de lá, entendendo erradamente de que ela havia desafiado a antiga proibição das mulheres na condução de veículos.

Lá na Arábia – único país do mundo onde mulheres ficam longe do volante - as discriminadas Sauditas não podem abrir contas bancárias sozinhas, não podem votar, não podem ter propriedades, não podem nada... Na maioria das instituições, até os acessos são diferenciados ou separados por sexo.

Pensam que acabaram-se as restrições? Nada disso... Tem mais ainda: Lá as mulheres também não podem andar de bicicletas, aparecerem em público ou viajar sozinhas.

Para Manal, que é divorciada e trabalha, as restrições para seu livre deslocamento criam sérios problemas para sua vida profissional. Ela não pode contar com os parentes e os carros de aluguéis, além de serem escassos, são caros, e tratar com motoristas particulares, nem pensar...

O líder do governo saudita, Xeque Ghazi Al-Shemri está indicando como punição exemplar, o açoitamento em mercado público. Para Manal al-Sharif, só há uma saída viável, o perdão do Rei Abdullah.

Caramba! Tudo bem que esse procedimento venha atrelado aos costumes daquele povo, que tenha a ver com a educação do mundo árabe, mas é que o carro se tornou tão comum e de tal forma tão familiar que o fato de dirigir um automóvel não pode ser confundido como sendo desrespeito a algum conjunto de dogmas e princípios que fundamentam um sistema ideológico, filosófico, político ou religioso.

Como se já não bastasse a discriminação pelo sexo frágil, ainda tem castigos violentos para quem se aproximar do “proibido”. É essa violência que tem que acabar, aliás, todo tipo de violência tem que ser banida do nosso planeta, seja contra as mulheres, contra os homens, contra os pobres, contra os animais. Não deve haver qualquer violência contra qualquer um que seja.

Há uma petição para tentar - através da pressão por assinaturas de todo o mundo - salvar essa senhora batalhadora e carente de respeito das garras do poder brutal, da insensibilidade humana e a meu ver, pelo simples repúdio ou desgosto às mulheres.

Através de petições juntamente com outros tipos de pressões já se salvou muita gente, inclusive aquela iraniana condenada a morte por apedrejamento. Sakineh Mohammadi Ashtiani foi acusada de adultério e participação na morte do marido, a prisioneira confessou ambos os crimes, mas evidências demonstram que as confissões ocorreram mediante tortura. Sakineh ganhou o perdão da família do marido, o que a poupou de ser morta por apedrejamento. Lembram desse caso?

Segue o link para quem quiser engordar a lista de assinaturas na tentativa de intervir no prosseguimento dessa covarde atrocidade: http://www.change.org/

Vale a pena se mexer em prol da integridade física e moral de uma mulher que só quer criar seus filhos honestamente no verdadeiro papel de mãe, mas que precisa de liberdade para se locomover e cumprir com suas obrigações de trabalho.

Assistam o vídeo em homenagem a Manal al-Sharif

·        Escrevo essa crítica com a propriedade de ser descendente do povo árabe, portanto, não pode ser considerada discriminatória as minhas palavras diante da covardia imposta por líderes que enriquecem à custa do sofrimento, da exploração, do abandono social e da exclusão tecnológica do povo, e tudo em nome da falácia de um falso Alah que criaram e impuseram para desvirtuar as vontades do verdadeiro Alah do povo. Povo este que está acordando para a vida e aos poucos banindo esses canalhas com pontas-pé nos traseiros, como sempre mereceram.



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