1ª ORIENTAÇÃO
A presidenta foi estudanta?
Uma belíssima aula de português.
Miriam Rita Moro Mine - Universidade Federal do Paraná.
No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionarem à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente o sexo que tenha.
Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um bom exemplo do erro grosseiro seria:
"A candidata a presidenta se comporta como umaadolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta”.
“Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capelaardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".
2ª ORIENTAÇÃO
Presidente ou Presidenta?
Outra belíssima aula de português.
Hélio Consolaro - professor do Ensino Médio e jornalista.
O Dicionário Aurélio ensina que o feminino de presidente é presidenta. É isso mesmo, com o “a” no final. Talvez seja um pouco estranho ao ouvido por falta de costume.
Sobre o assunto o Prof. Hélio Consolaro explica:
A predominância do masculino na língua reflete o machismo. Se houver numa sala 39 mulheres e um homem, o orador deverá usar o masculino na sua invocação: prezados senhores… No máximo, falará: prezadas senhoras e prezado senhor.
Ofenderia o macho presente se o orador generalizar pelo feminino e dissesse apenas: prezadas senhoras. Assim, em passado recente, não havia feminino de presidente e nem de hóspede. Agora, depois da luta das mulheres na sociedade, os dicionários já registram e a gramática aceita os femininos: presidenta, hóspeda.
Por que isso não acontece na hierarquia da Polícia Militar? Na entrevista desta Folha, edição de 1.º/6, Katia Damasceno Sabino foi tratada por soldado, nada de soldada.
Nenhum dicionário registra o feminino “soldada” e tampouco “sargenta”, apenas Luiz Antonio Sacconi em sua “Nossa Gramática – Teoria e Prática”, Editora Atual, admite tais flexões.
Na verdade, a Polícia Militar, com a presença da mulher em suas fileiras, mantém a estrutura machista, segura a feminização das patentes na divulgação de seus documentos oficiais. E gramáticos e jornalistas concordam com isso.
Não se sabe como as soldadas se sentem sendo tratadas como homens, mas há mulheres que escrevem versos e não gostam de ser chamadas de poetisas, querem ser tratadas de poetas, acham que o feminino as desvaloriza. Isso também é machismo, e pior, machismo do feminino.
Talvez seja apenas preocupação de um professor de Português e os soldados femininos estejam gostando desse tratamento.
3ª ORIENTAÇÃO
Quer uma sugestão?
E mais uma belíssima colocação.
Alexandre Taissum - Um cara legal, mas que fala o que pensa.
Então sugiro evitar dizer presidente e presidenta, diga somente Dilma e tá bom, certamente todos saberão de quem se trata... Também assim ninguém tentará corrigir seu erro gramatical, que pelo visto, nem os sábios sabem.
* Os textos foram retirados da internet e recebidos por e-mail.
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