O Senado aprovou em caráter definitivo – na quinta-feira, 28 de abril - através da Comissão de Constituição e Justiça, o Projeto de Lei que impede o arquivamento ou suspensão de processos contra pessoas que cometem crimes de violência doméstica de toda a natureza e que incidem sobre mulheres e crianças.
A proposta ainda segue para votação na Câmara dos Deputados e todos nós esperamos que lá o processo ande por mãos de ilustres fadados que tenham propósitos comuns aos do eleitorado e não seja enclausurado em alguma gaveta daquela casa, como tantos outros processos emergentes das necessidades cotidianas da população.
Segundo a autora do projeto, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), com essa medida as agressões deverão diminuir em todo país, pois o processo não se extinguirá mesmo que a queixa seja retirada de alguma forma.
A lei Maria da Penha já prevê a não suspensão do processo para esses casos, e a nobre deputada, só endossa em seu projeto de lei...
Aqui, em terras nossas, é muito comum a agressão contra mulheres e crianças em suas próprias casas e dentre todas as práticas agressivas, o estupro lidera e cresce a cada dia, pois só no Estado do Rio de Janeiro, a estatística acusa um aumento de 25%, sendo em média 313 casos por mês, ou seja, 10 por dia.
Embora esses crimes causem revoltas na maioria das pessoas, nem todos demonstram repúdio profundo e quando o tema é abordado o tratam com banalidade, surpreendendo até quem esteja longe de algum caso em família.
A exemplo dessa imparcialidade temos a apresentação de um vídeo protagonizado pela Dra. Márcia Regina Feliciano, ex-delegada de polícia e advogada na cidade de Guarulhos (SP), que no seu dia a dia de trabalho acompanhou e teve que resolver inúmeros casos de agressões contra mulheres, e que em dado momento de sua vida, se achou no dever de compartilhar suas experiências com outras pessoas, inclusive com os “nobres” vereadores da sua cidade com o interesse de chamar a atenção sobre os casos que ocorrem diariamente naquele município da Grande São Paulo, inclusive depois, globalizando o tema descrevendo detalhes dos perpétuos constrangimentos que causam as agressões impostas às mulheres e crianças de outras partes do planeta.
Até aí, tudo bem... Importante e necessária apresentação da Dra. Márcia Regina - embora visivelmente nervosa diante da falta de atenção dos assistentes - e muito oportuno e inteligente o tema abordado para lembrar e cobrar atitudes, já que na ocasião da sua apresentação, contava com a proximidade do Dia da Mulher... Só o que não estava bem naquele ambiente infestado de pseudorepresentantes do povo era a indiferença com que a extrema maioria dispensava à palestrante, como se ela estivesse ali para vender potes de gorduras transgênicas ou terrenos na Lua - aliás, na Lua deveriam estar aqueles que se portavam como verdadeiros alienígenas, principalmente as vereadoras mulheres que se mostravam fora da órbita diante desse assunto tão importante e dirigido à elas também - e não ali no plenário daquela casa de leis sustentada pelo povo vítima deles e de seus improdutivos trabalhos.
Diz-se que “as lavadeiras se encontravam à beira dos rios para conversar, fofocar ou por o papo em dia ao tempo em que lavavam suas roupas”. Caramba! E o que eu percebi através do vídeo, foi exatamente a mesma coisa, pois os “nobres” - sem a real nobreza - conversavam, riam, fuxicavam e lavavam suas roupas sujas no plenário e diante de um assunto extremamente sério e necessitado de prioritárias atitudes.
Dra. Márcia Regina diante da imparcialidade
dos vereadores de Guarulhos.
É lamentável, mas não só Guarulhos trata do assunto como está explícito no vídeo, mas todas as outras câmaras da esfera nacional desprezam essa realidade, que cresce ao passo em que as atitudes minguam desprovidas de apoio político racional.
Para que essa situação mude, o povo tem que aprender a votar nas pessoas certas, comprometidas com a verdade, de curriculums positivos. Não pode se deixar iludir pela riqueza das campanhas de fundos coloridos onde se escondem os mentirosos e políticos de carreira, esses jamais olharão para baixo, pois se comprometeram antes com os magnatas que investiram – e muito – em suas campanhas. Pode acreditar...
"A intolerância irracional de muitos escusa ou justifica a hipocrisia ou dissimulação de alguns."
Marquês de Maricá
Mais uma vez lembro: Sigo fatos reais e posto aquilo que acho relevante ou me dá vontade, fazendo valer o título do meu Blog, "Pensar e Falar".
Caro amigo,
ResponderExcluirSuas palavras são extremamente coerentes e fico muito grata por saber que compreende e abraça a causa que, apesar de séria, como disse, vem sendo tratada com descaso, haja vista, as imagens postadas. Faço minhas suas palavras e agradeço por reforçar a idéia de combater o problema. Concluo eclarecendo que mais que combater o problema, que na verdade é previsto na lei como crime, precisamos de mudança de comportamento e esta somente virá com a conscientização. Conscientização depende de educação e falar de educação em nosso País é algo bastante difícil. Abraços e obrigada pelo carinnho,
Marcia