Hoje
é um dia muito especial para aqueles que dedicam suas vidas aos que buscam
crescer culturalmente. Um dia muito especial para aqueles que se alegram
juntamente com seus formandos ou choram por alguns de seus aprendizes quando desistem
do saber. Um dia muito especial porque é o Dia do Mestre, do Professor, do
Educador...
Vejo
os professores como profissionais dedicados, indiferentes à desvalorização
profissional que lhe são impostas e conformados com as oficiais limitações de
atitudes perante o atual modelo de alguns alunos rebeldes e agressivos, mas que
superam a tudo, pelo orgulho de serem personagens exemplares para a maioria dos
discentes.
Amar
a profissão não é privilégio só dos professores, muitos se dedicam e amam o que
fazem, mas nem todos poriam a coragem e o profissionalismo lado a lado e
ingressariam nas mais perigosas regiões, em meio ao fogo cruzado, entre
bandidos e diante de armas pesadas mirando suas faces, como são comuns aqui na
Cidade Maravilhosa.
Outros
profissionais também não caminhariam durante horas tropeçando no barro seco e
sob o sol quente, ou em dias chuvosos escorregando na lama pelas muitas
estradas do interior longínquo para alcançar seus locais de trabalho, da mesma
forma, nem todos os fervorosos apaixonados por suas profissões arriscariam suas
integridades físicas ou suas vidas, pedindo carona nos acostamentos das
estradas, ingressariam em caminhões ou carros de estranhos se não fosse pelo
verdadeiro amor e dedicação que só os verdadeiros mestres tem por seus alunos e
profissão. Nem um bom salário teria o poder de submeter alguém a essas
condições demasiadamente perigosas e sem o reconhecimento merecido.
Trabalhei
alguns anos viajando por várias estradas movimentadas ou desertas do interior e
não só presenciei como dei muitas caronas para alunos e professores a caminho
das escolas que ficavam “logo ali na frente”, a quatro ou cinco quilômetros
adiante...
Lembro
de todos os professores e professoras que tive, principalmente daquelas que me
alfabetizaram e me permitiram considerá-las como “Tia”. Ocasionalmente tenho
notícias de algumas delas e mesmo após tantos anos, me emociono ao saber que a
maioria ainda está entre nós.
Fui
um menino muito levado e inquieto, e por determinação das professoras, visitei a
diretora e a subdiretora por muitas vezes a cada ano para levar broncas, e isso,
em nenhum momento, me fez perder a admiração que eu sentia por todas elas –
tanto que eu estava sempre lá em visitas - e é esse sentimento de admiração que
trago fortalecido até hoje por aqueles que tem o dom de ensinar e de nutrir os
sonhos de quem busca sabedoria.
Uma
das minhas professoras foi a Tia Elza – tia mesmo, ela é irmã da minha mãe – a
mais severa de todas, pois me conhecia bem e cuidava para que eu não me
soltasse em
bagunças... Lembro que eu tinha uma caderneta inédita, só com
anotações sobre o meu comportamento diário e que eram verificadas todas as
noites pelo meu saudoso pai, que se preocupava com o que eu pudesse estar
fazendo de errado enquanto deveria estar estudando. Morria de medo quando a
pontuação do dia era baixa porque meu pai ficava muito bravo e me castigava,
vetando as minhas brincadeiras na rua. Contudo, acho que essa atitude combinada
entre a tia Elza e meu pai, foi a melhor que poderia haver pra conter minha
impulsividade infantil.
Anos
depois minha admiração pelos mestres ficou muito mais íntima quando minhas duas
irmãs se formaram em professoras por amor ao ofício, seguindo os passos da Tia
Elza.
É
com muito orgulho que hoje dedico essa homenagem aos professores e que é
ampliado ao passo que me recordo dos momentos de dedicação vividos quando me
ensinaram os sons das letras, os tons das cores, a construção das palavras, a
formação das frases e a ajuda para resolver das continhas básicas às complicadas
expressões matemáticas.
Sinceramente?
Desejo que todos sejam reconhecidos como merecem e que os impasses vigentes em vários Estados
brasileiros causados por desgovernantes incompetentes e indignos de respeitos,
cheguem com brevidade a um acordo satisfatório para todos os professores e
profissionais da área de educação. Nesse rol, incluo o pessoal de apoio das
secretarias das escolas, das merendeiras que preparam os alimentos das crianças
e das serventes que cuidam da limpeza e higiene do ambiente escolar.
Escola X.I.XII
José Lins do Rêgo - 1958
Caramba!
Que saudade...
Que
vontade me bateu agora de poder dar um beijo em cada uma das minhas eternas Tias
professoras e Tias diretoras das muitas escolas por onde passei...
Se
colocar na ponta do lápis, surgirão mais de setenta nomes de professores por
quem tive o prazer de conviver e aprender, por isso vou me limitar na minha Escolinha
(X.I.XII) José Lins do Rego - a mais querida - que fica no bairro do Cachambi,
aqui na cidade do Rio de Janeiro. Ela foi a que mais marcou minha infância e a
que sempre umedece meus olhos quando minhas lembranças me levam até ela.
De
lá trago doces recordações de todo o pessoal, dos coleguinhas e principalmente
de todas as Tias daquela época, das Tias de quem fui aluno ou não, de todas as
Tias que acompanharam a minha chegada em 1967 e a minha partida em 1971.
Lembro
bem da Tia Neide Braga (minha professora na 1ª e 2ª séries), Tia Neide de
Almeida ( na 3ª série), Tia Elza - irmã da minha mãe (na 4ª e 5ª séries), Tia
Neida (subdiretora), Tia Maria Helena (Diretora), Tia Margarida, Tia Eliane, Tia
Glaci, Tia Lílian, Tia Adair, Tia Zaíra, Tia Irayde, Tia Mª de Lourdes Barreto,
Tia Mª de Lourdes Caetano, Tia Apparecida, Tia Maria Antônia, Tia Maria Helena (Mª Heleninha) e
Tia Cecíla.
*
Só não vou identificar quais dessas não estão mais por aqui, porém em minha
memória, ainda estão vivas e muito presentes...
À
todas as pessoas que lecionam, professores profissionais, professores particulares,
explicadores, orientadores e os que de alguma forma se apresentam como mestres
e tem o poderoso dom de ensinar e saber repassar didaticamente o que também
receberam de outros mestres, faço votos de felicidades por esse grande dia...
Parabéns!
Olá, Alexandre... Sou a atual diretora dessa escola tão querida e também tive o prazer de compartilhar de momentos inesquecíveis, em 1972,como aluna (só que eu era bem comportada... kkk). Sou filha da Maria de Lourdes Caetano e, com muito carinho, dedicação e amor, procuro dar continuidade a um trabalho de excelência na educação para que nossa escolinha permaneça na memória dos atuais alunos. Pocure manter-se informado com o nosso blog e assim, estará ciente de várias oportunidades para prestigiar-nos com sua visita em um dos eventos divulgados. Abraços... Márcia Caetano - mmcae13@yahoo.com.br
ResponderExcluirAlexandre, que satisfação para seus professores poder receber de presente um texto como esse que você escreveu. Emocionante mesmo!
ResponderExcluirParabéns a todos eles, para os que estão na luta e pelos que virão.
Grande abraço!
@soniasalim