20 de julho de 2011

DEZ PONTOS PARA A PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF


Parece que a presidente Dilma está se livrando do controle político do partido a que é filiada e, em nome da sua soberania, pratica aos poucos uma política livre da trama que o governo passado deixou de herança envolvida em parcerias maléficas com grupos ideologicamente arcaicos e mal visto nacionalmente.

Até fico satisfeito por me surpreender com certas atitudes da presidente, pois jamais esperava que ela tomasse rumo diferente ao orientado pelo lulanismo político do passado, embora ainda haja muito que mudar, ela tem dado ouvidos ao que parece ser a voz da razão e muitas vezes quebra a rotina da habitual proteção dos comandados, como o presidente Lula sempre o fez.

Legal isso! E por tal conduta, dou-lhe dez pontos em uma escala de mil, dos meus bons conceitos...

Comecei a perceber essa atitude desde que ela teve que pressionar a saída do Zé Dirceu. Ainda compromissada com as bases do partido, ela não o demitiu, mas pressionou para que ele o fizesse por si, pelo menos foi essa a impressão que tive na época, formada pelo fato de haver demora nas decisões a fim de se criar as fictícias desculpas, que felizmente não convenceram.

Estou liberando os dez pontos não pelo deságue no esgoto do Ministro da Casa Civil – era inevitável -  mas pelas demissões na fábrica das irregularidades, roubos e falcatruas, digo, Ministério dos Transportes, onde todos nós sabíamos que as farras eram regadas a muita grana, visto pelo que se arrecada e não se constrói, ou no mínimo, não se mantém como segurança aceitável nas estradas de todo o país.

A roubalheira era tão grande que passava por todas as esferas do ministério e agraciava todos os envolvidos com vantagens enriquecedoras, fossem eles ministros, secretários, aspones, asseclas ou empreiteiros. Bastava estar na linha de conversão do legal para o ilegal.

Quando a "ponte caiu", um dos cabeças envolvido ameaçou abrir o bico, mas depois, pressionado politicamente, calou-se e limitou-se a enrolar aos inquiridores e dizer que a Exma. presidente sabia de tudo... Certamente que sim - que ela sabia, inclusive com detalhes - ela não é santa e muito se prevaleceu daquilo tudo que foi errado, de todas as vantagens particulares e super valiosas cabido aos integrantes do governo passado, dos derrames ilegais que tanto lesaram as arrecadações que fizemos em forma de depósitos fiscais... Entre outras centenas de fatos, certamente também estava envolvida com ocorridos que impossibilitaram um progresso mais amplo do nosso país.

Para a minha grande surpresa, ela - a presidente Dilma Rousseff - está moldando um outro tipo de política. Com essas atitudes positivas, acaba se excluindo paulatinamente dessas safadezas e se direcionando corretamente a fim de escrever uma  biografia livre de escândalos não esclarecidos ou - na menor das hipóteses - não providenciados, além de diminuir consideravelmente a velocidade do processo de corrupção que crescia assustadoramente, sem limites, sem regras, sem respeito e com bastante subestimação da inteligência do povo, com focos espalhados por todas as classes políticas, onde parlamentares, diretores, assistentes e indicados se postaram para só roubarem. E o pior: livres de punições.

O que me parece ser claramente – já postei isso antes – é que existe uma força contrária aos interesses do país, onde políticos se colocam contra o povo, roubam-lhe o pão de cada dia e ainda desfilam nos corredores da moralidade, quando na verdade, não tem nem o direito de passar próximo a porta dos fundos, pelo lado de fora, por onde sai o lixo.

É um movimento generalizado, potente pelo corporativismo, impune e sujo, que acaba por se parecer normal porque a maioria pratica e nada acontece. Ele se espalha por todas as entranhas onde circula o dinheiro público e com audácia, cresce diante de nossos olhos e nada fazemos.

Em nenhum momento estou tirando as responsabilidades dela e de todos os seus antecessores. Só estou feliz porque as coisas poderão ficar melhores para a imagem moral da política tupiniquim e pelo surgimento da intenção de se fazer uma limpeza ética, positiva, mesmo que só um "pouquinhozinho", mas que já é um grande passo a frente...

Por isso tudo estou dando os dez pontos do meu conceito livres de respaldos particulares ou em troca de alguma cadeira ministerial no governo, mas sim por consciência de ter aceito positivamente a investida presidencial na regulação da moralidade.
  

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