Vão dizer que não tenho nada com isso, mas na verdade, esse
fato tem a ver com todos nós habitantes da América do Sul.
Estamos vendo crescer um sistema que protege os malfeitores
e os que, de alguma forma, tenham ligações com o poder.
Esse procedimento impopular tem trazido danos graves ao
moral das nações e à democracia do pós-militarismo no continente, favorecendo o
aumento expressivo na criação de facções e, consequentemente, a violência que
se abate sobre o povo.
Infelizmente, entre todos os tipos de mazelas governamentais, a mais grave é o favorecimento para o crescimento do crime organizado, um poder
paralelo abastado de riquezas que envolvem o tráfico de drogas, de armas e de
influências que, direta ou indiretamente, compram a honestidade de políticos
para estabelecerem liberdades nas ações regionais.
Pois bem... Pensávamos ter visto de tudo aqui no Brasil,
embora integrantes do governo jamais tenham visto ou sabido de nada, ou
participado, ou acreditado na participação de seus fiéis seguidores... Mas na
verdade, não vimos tudo ainda. E para incluir na lista do que já vimos, leiam a
história a seguir:
“Na semana passada, a polícia italiana descobriu 40 quilos
de cocaína contrabandeados em malotes diplomáticos da República do Equador,
malotes esses que são bagagens contendo documentos oficiais expedidos pelo
Ministério das Relações Exteriores daquele país e com passes livres
alfandegários.
Essa liberdade de acesso documental é regulada pela Convenção
de Viena e, como exigência, tem que constar em lista todo o material contido. Essas
bagagens não podem ser abertas ou detidas sob a proteção dessa regulação.
Mas... O governo equatoriano fez ressalvas regendo
interpretações ao seu modo quanto a alguns itens da Convenção de Viena, onde particularmente
isentam das listas, informações sobre malotes que transportam jóias, obras de artes,
artesanatos e outros itens sem valores comerciais para exposições, promoções
culturais e comerciais no exterior, e que, segundo as ressalvas, é dispensável ao
conhecimento aéreo.
E não pára por aí! Essa não foi a primeira interceptação italiana em
malote oficial do Equador. Em meados de janeiro a polícia já havia apreendido bagagem oficial com outros
40 quilos de cocaína em vasos ornamentais de um artista equatoriano que faria uma exposição
em Milão, este artista, segundo denuncias da oposição ao governo equatoriano,
tem relações estreitas com o presidente do Banco Central do Equador, que é
primo do presidente da república Rafael Correa. Segundo a mesma fonte de denúncias,
a irmã de Correa mantém igualmente constantes relações com o consulado em Milão.
Também na semana passada, a polícia descobriu no porto de
Guayaquil, 119 quilos de cocaína escondidos num container de bananas que seriam
exportadas. O interessante para esse registro é que, há dois anos passados, a
mesma empresa exportadora foi denunciada por ter como principal acionista nada
mais e nada menos que o Vice-Ministro das Relações Exteriores do Equador na
ocasião, e que no qual, era o responsável pelas relações comerciais com o Irã e
outros vários países pelo mundo a fora.
Segundo o jornal eletrônico Foreign Policy, estes são apenas
dois casos que mostram como o governo equatoriano sancionou um ambiente
permissivo para atividades ilícitas em seu território. Através de acordos
formais como o novo mecanismo de "malas diplomáticas extraordinárias";
através do aparente envolvimento de membros do seu governo no tráfico de
drogas; através de uma virtual eliminação da obrigação de vistos de pessoas
desconhecidas para a entrada no país; ou através de acordos financeiros com bancos
do Irã que facilitem as operações de lavagem de dinheiro. Ainda, segundo o jornal
eletrônico Foreign Policy, o Equador de Rafael Correa tornou-se um território
ideal para a ilegalidade e a fraude”.
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Vale lembrar que o Equador vive hoje dias de protestos por
conta da insatisfação do povo, onde a crise é grande e a democracia agredida de
várias formas, principalmente com a violação dos direitos humanos e da
liberdade de expressão, haja vista o emudecimento da imprensa local.
E pior: Essa moda está se espalhando pela América do Sul e matando
a tão almejada democracia pós-militarismo antes de se tornar plena.
Parece que os ventos estão trazendo para o sul, ensinamentos
antidemocráticos, vindos de Fidel e Chaves.
Infelizmente...